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Liturgia

08/02/2012 - Mensagem do Papa para a Quaresma 2012


Leia na íntegra o texto divulgado pela Santa Sé:

Irmãos e irmãs!

Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1.    «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.

O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.

O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão.
Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.

O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.

Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.

Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.

Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).

Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.


Vaticano, 3 de Novembro de 2011

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Texto para reflexão

Os diversos ministérios: “unidade na diversidade”
Thiago Ap. Faccini Paro

    São muitos os serviços e ministérios desempenhados nas celebrações litúrgicas pelos fieis. Isso não significa que as pessoas que desempenham alguma destas funções litúrgicas sejam maiores ou melhores que as demais. Pelo contrário, o ministro se coloca como aquele que serve, e assim cada fiel ao coloca-se o seu dom a serviço da Liturgia passa a fazer parte do único corpo, a Igreja, tendo Cristo como cabeça e mestre. Nesse sentido, os diversos ministérios formam uma unidade, em que cada um desempenha uma função (diversidade), testemunhando o amor a Deus e ao próximo.

 1- Os arranjadores
    Os arranjadores são aquelas pessoas responsáveis por preparar o espaço celebrativo. Cuidam previamente dos símbolos. São pessoas amantes das artes e com talento para a ambientação. Eles vão pensar junto com as demais pessoas que compõem a equipe de celebração a melhor maneira de dispor os símbolos e sinais que serão utilizados na celebração e como distribuir os elementos de forma simples e harmoniosa no espaço. Ainda são os responsáveis por cuidar dos arranjos florais, sempre tomando o cuidado para que sejam discretos e não apareçam mais que o altar, o ambão e o presidente da celebração. “É importante lembrar que todos os objetos devem ser úteis, isto é, servir a alguma finalidade na dinâmica da celebração, e serem, ao mesmo tempo, verdadeiros” (GUIMARÃES, 2007. p. 79). Portanto os arranjadores nunca devem usar coisas artificiais, como flores de plástico, suco de uva ou uvas de plástico. Cuidar das duplicações, principalmente quanto às imagens. Somente uma cruz, uma imagem de Nossa Senhora etc. Portanto um espaço despojado, simples, que leve ao essencial. 
2- Os recepcionistas
    Como o próprio nome sugere, são os responsáveis por recepcionar os fiéis na igreja ou na comunidade (lembrando que eles não constituem a “Pastoral da Acolhida” compreendia como pastoral ordinária, pois a mesma tem uma função maior e bem diferente). Os recepcionistas podem acolher os celebrantes com uma frase ou messagem ligada a liturgia do dia. Podem conduzir as pessoas até os bancos, estar atentos principalmente com os mais idosos. Auxiliar as mães com crianças, em especial as de colo que as vezes precisam de um local para amamentar por exemplo. A equipe de recepcionistas chega com bastante antecedencia e cuidar para que as cadeiras estejam dispostas de maneira organizada, bem como, zelar pela limpeza do ambiente celebrativo. No final, auxiliar na saída dos fiéis, distribuir os avisos ou algum cartão preparado pela comunidade. Enfim, devem sempre estar atentos para que a celebração decorra de forma tranquila e agradável.
3- Ambientadores
    Os ambientadores substituem ou auxiliam os animadores (que é aquele que preside a celebração ou o diácono). Quando necessário, os ambientadores têm a função de situar os fiéis na liturgia a ser celebrada, com breves admoestações. São eles que antes de iniciar a celebração, dependendo da assembleia, vão orientá-la na dinâmica celebrativa e convidá-la a se colocar de pé e iniciar a celebração. Lopo após a acolhida por parte do presidente, dependendo do costume da comunidade, o ambientado pode fazer uma breve monição introduzindo a comunidade na liturgia do dia e ainda no decurso da celebração fazer breves comentários a algumus ritos. Portanto em comunidades com uma assembléia bem participativa e bem preparada, esse ministério não se faz necessário. Lembrando que o Ordinário da Missa não preve “comentários”, somente introduções que podem ser feitas pelo próprio animador (presidente) da celebração, pelo diácono ou outro ministro devidamente preparado (MISSAL, 1992), neste caso o “ambientador”.
    Nas missas radiadas no entanto, faz-se necessário a presença de um “comentarista”, o qual deveria ter um microfone in off e ficar em um local discreto, ou seja, o comentarista teria um microfone que não estaria ligado nas caixas de som da igreja, somente no link da rádio, e ele seria os olhos dos radio-ouintes. Ele descreveria de maneira simples e direta os ritos para aqueles que não estão vendo a celebração, somente ouvindo. Principalmente nos momentos de silêncio o comentarista faria alguns comentários ou explicações para que o ouvinte saiba o que está acontecendo na celebração. Nesse sentido numa celebração radiada, se teria o ambientador e um comentarista que não seria ouvido por aqueles que estão no local da celebração.
4- Compositores, Cantores e Instrumentistas
    Os cantores e os intrumentistas são aqueles que têm a função de auxiliar a assembleia a cantar a Missa. São membros da “Pastoral Liturgica” e não um grupo a parte. Devem participar das reuniões da equipe de celebração e juntamente com ela escolher os cantos com antecedência e ensaiá-los previamente. Quando houver cantos desconhecidos, ou novos, recomenda-se que o grupo ensaie com a comunidade alguns minutos antes de iniciar a celebração, destacando principalmente  o valor litúrgico daquele canto, o porque foi escolhido aquele canto e não outra música. Sendo assim, vale lembrar que há critérios para a escolha dos cantos, sendo que se deve levar em conta, a letra e a melodia do canto, bem como, o tempo litúrgico e a Liturgia da Palavra.
    Os compositores (letristas e músicos) devem conhecer profundamente a função ministerial de cada canto na ação litúrgica e traduzir numa linguagem poética, mística, orante e performativa os textos e melodias destinados a cada momento da celebração (FONSECA , 2007).
    Os instrumentistas e cantores usam de seus instrumentos e de suas vozes para sustentar e dar rítimo ao canto, nunca sobrepor ao canto dos fiéis, muito menos momopolizá-los durante toda a celebração.
    Como a música é parte integrante da liturgia, portanto seja bem preparada para que os fiéis sejam inseridos no verdadeiro sentido da Liturgia que é a celebração do mistério pascal de Cristo e não um show ou uma peça teatral.
5- Ministério dos Leitores
 “Não há celebração litúrgica sem que haja ao menos uma breve leitura tirada das Sagradas Escrituras. Na leitura individual cada pessoa faz a leitura para si mesma, mas nas celebrações a leitura é comunitária. Portanto, alguém deverá fazê-la para que todos ouçam” (BUYST, 2001. p. 11).
    A Introdução Geral do Missal Romano (IGMR), no n. 56, diz que “por tradição, o oficio de proferir as leituras não é função presidencial, mas miniterial”. O Concílio Ecumênico Vaticano II valorizou a Palavra de Deus na costituição sobre a Sagrada Liturgia  quando afirma no n. 29, que os ajudantes, leitores, comentadores e cantores desempenham um verdadeiro ministério litúrgico. Mas para que os leigos desempenhem verdadeiramente esse “ministério liturgico ”, principalmente numa liturgia dominical coordenada por uma equipe de liturgia é preciso que as leituras sejam preparadas com antecedência e que haja uma organização e formação para aqueles que queiram desempenhar tal função.
    É preciso que o leitor ou leitora seja escalada com antecedência e que o mesmo participe da reunião da equipe de celebração, para que ele esteja encerido no contexto celebrativo e proclame dignamente a Palavra do Senhor.
    Existe ainda em muitas igrejas a famosa “pastoral do laço”, onde os responsáveis pelas liturgia chegam na igreja e convidam as pessoas para “fazer” uma leitura. Quando acontece isso, normalmente as pessoa não estão preparadas e acaba-se perdendo todo o valor da leitura, principalmente quando a pessoa só lê o texto, sem se comunicar com a assembleia. A postura, o olhar e o movimentar do Ministro são sinais vivos do Cristo-   -Palavra e do seu Espírito. “O leitor é também ouvinte. Equanto proclama a Palavra, ele presta atenção, com toda a comunidade, para tentar perceber o que o Espírito está querendo dizer à Igreja naquele dia” (BUYST, 2001. p. 17).
    Portanto é preciso que exista nas comunidades um grupo de “Ministros da Palavra” ou “Leitores”, e que se ofereça uma formação bíblica, litúrgica, espiritual e prática, para que eles se preparem pessoal e comunitáriamente e façam do seu serviço, proclamar a Palavra de Deus,  um gesto sacramental.
     Além das leituras biblicas, o leitor na falta do diácono, revestido de vestes aprovadas, pode levar o Evangeliário um pouco elevado na procissão inicial, bem como proclamar a oração dos universal e na falta do salmista profere o salmo responsorial (CNBB, 2008).
 6- Ministério dos Salmistas
    Tudo o que foi dito para o ministério de leitor vale também para os salmistas, porque o salmo responsorial é uma leitura cantada. Porém há um requisito importante para o ministério dos salmistas. Como os salmos são cânticos, os salmistas deveriam ter o dom de cantar. Para tanto além da formação bíblica, litúrgica, espiritual e prática (saber manusear os livros litúrgicos e hinários, postura durante a assembleia etc), o salmista deveria ter também uma formação teorico-musical.
    As IGMR, no n. 61, diz que “de preferência, o salmo responsorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado, profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão” (CNBB, 2008. p. 54)
    Nesse sentido, é importante que a comunidade tenha um grupo de salmistas, para que os salmos fossem ao menos nos domingos cantados, expresando a tradição, a fé e a vida do povo escolhido.
7- Ministros da Distribuição da Sagrada Comunhão Eucaristica
    Mais uma vez o Concílio Ecumênico Vaticano II deu uma grande abertura aos leigos, ao dizer que todos os batizados têm direito de distribuir o Corpo e Sangue de Cristo aos irmãos. “Antigamente, a Eucaristia podia ser tocada somente por bispos e padres. Essa prática se fundamentava no conceito teológico de que a hóstia e o vinho consagrados eram reservados para alguns: aqueles que tinham as mãos consagradas” (VALLE, 1999. p. 121).
No entanto essa concepção mudou, hoje valoriza-se também a dimensão da comunhão-banquete. Todos os leigos têm o direito de tocar na Eucaristia, ou seja recebê-la na mão e comungá-la. A Eucaristia deixou de ser comunhão de desejo, ou comunhão espiritual (VALLE, 1999). É algo real, Cristo se fez alimento.
Sendo assim, a Eucaristia passou a ser mais assessível ao povo, aumentando o número daqueles que comungavam. Portanto cada vez se fez mais necessário ter pessoas para auxiliar o padre na distribuição da comunhão (VALLE, 1999).
Pode-se perguntar qual é o papel do ministro da distribuição eucarística na celebração da Missa. Na prática, a sua função seria somente a de ajudar o presbítero na destribuição da comunhão. Mas no Brasil, por não haver o costume de se ter o Ministério de acólitos intituído , os ministros da comunhão podem auxiliar o padre no serviço do altar. Mas deve-se prestar muita atenção para que o ministro da comunhão só exerça outras funções no caso de estrema necessidade, para não fazer as vezes do coroinha, do leitor ou do sacristão por exemplo. A IGMR especifica no n. 100, quando diz que “não hevendo acólito instituído, podem ser delegados ministros leigos para o serviço do altar e ajuda ao sacerdote e ao diácono, que levem a cruz, as velas, o turíbulo, o pão, o vinho e a água; podem ainda ser ministro extraordinário para a distribuição da sagrada Comunhão” (CNBB, 2008. p. 72).
Numa grande celebração, se o número de ministros devidamente preparados para distribuir a comunhão não for suficiente, o padre pode delegar mais alguns leigos somente para aquela ocasião. Levando sempre em conta alguns princípios básicos na escolha, como a idoniedade da pessoa.
Seria interessante que os ministros da comunhão tivessem uma veste adequada, valorizando assim seu ministério.
Vale lembrar que há falta de padres em muitas comunidades, onde os leigos assumem um papel importante: o de fazer a celebração da Palavra, em que há a distribuição da Eucaristia, e levar a sagrada comunhão aos doentes.
Nesse sentido, é de grande importância que sempre se tenha um representante dos Ministros da Comunhão participando das reuniões da equipe de liturgia e das equipes de celebrações  para que sempre se tenha presente que não são um grupo a parte, mais que pertencem a uma pastoral ampla e rica em ministérios. Já nas reuniões de formação seria indispensável à presença de todos, pois sempre se aprende e se descobre coisas novas que poderão ser aplicadas no dia-a-dia da comunidade, ou seja, para que todos os ministérios estejam sempre na mesma sintonia.
8- Ministros que presidem
    Diante de toda uma assembleia celebrante é preciso que alguém os represente, ou seja, é preciso que alguém presida a celebração. Todo aquele que preside, seja o bispo, padre, diácono ou em alguns casos os leigos age como presença de Cristo. “Isso porque, ensina a Sacrosanctum Concilium 7, é Cristo que perdoa, é Cristo que unge os enfermos, é Cristo que preside a Eucaristia, é Cristo que batiza” (VALLE, 1999. p. 27).
     Aquele que preside não é mero ator, Cristo age por intermédio dele, e é por isso que sempre nas celebrações o presidente da celebração diz em primeira pessoa, como por exemplo no sacramento do batismo e da penitencia, “eu te batizo...”, “eu te absolvo...” (VALLE, 1999. p. 27).
    Aquele que preside deve conhecer os princípios de uma boa comunicação, ser uma pessoa de oração, ser uma pessoa que tenha uma profunda espiritualidade, pois ela está agindo em nome de Cristo.
    Nas celebrações, portanto, vê-se claramente o Cristo como cabeça naquele que precide, e a comunidade como seus membros, desempenhando cada um sua função, dentro do grande corpo que é a Igreja.
    Sendo assim, seria importante sempre que possível, que aquele que fosse presidir as celebrações, participasse das reuniões de preparação das liturgias, pois assim, estaria em comunhão com a pedagogia proposta pela equipe de celebração, ajudaria a mesma com propostas e reflexões e ainda colheria sujestões para serem explanadas na homilia.
Bibliografias

BUYST, Ione. O mistério de leitor e salmista. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 2001.

CNBB. Introdução Geral do Missal Romano e introdução ao Lecionário. Texto Oficial.  Brasília: edições CNBB, 2008.

FONSECA, Joaquim. Importância e função do canto e da Música na Liturgia. in: CNBB. Liturgia em Mutirão: subsídio para a formação. 1. ed. Brasília: edições CNBB, 2007. 

GUIMARÃES, Marcelo R. O Espaço da celebração. in: CNBB. Liturgia em Mutirão: subsídio para a formação. 1. ed. Brasília: edições CNBB, 2007.

MISSAL Romano. Tradução portuguesa da 2ª. edição típica para o Brasil realizada e publicada pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil com acréscimos aprovados pela Sé Apostólica. Petrópolis: Paulinas/ Vozes, 1992.

VALLE, Serginho. Autores da celebração litúrgica. 3. ed. São Paulo: Dehonianos/Loyolas, 1999.

Perguntas para ajudar a pensar:
1.    Quais são ministérios e serviços existentes em nossas equipes de celebração? Quais outros ministérios poderiam nos ajudar a dinamizar nossa liturgia?
2.    Todos aqueles que desempenham algumas das funções citadas no artigo têm a consciência de que são membros da Pastoral Litúrgica e estão a serviço do povo de Deus?
3.    O que podemos fazer para promover a unidade diante da diversidade dos serviços e ministérios?

O MINISTÉRIO DOS “ANÔNIMOS”
NA ASSEMBLÉIA LITÚRGICA

Frei José Ariovaldo da Silva, OFM

    Normalmente, quando falamos em ministérios litúrgicos, pensamos nos serviços que mais se evidenciam na assembléia: Presidência, acólitos, leitores, salmistas, músicos e instrumentistas, ministros da acolhida, ministros da comunhão eucarística etc.
    Então eu pergunto: E os outros?... O povo todo que, sem estar nesta evidência, compõe o restante da assembléia? Será que não exerce algum ministério litúrgico?
    Pois eu digo que sim. Pelo fato de ser um povo de batizados (povo sacerdotal, portanto), também este exerce um ministério na assembléia litúrgica. E talvez um dos ministérios mais importantes. Cada pessoa que se faz presente, mesmo não tendo uma atividade específica (como as acima citadas), presta um serviço, um nobre serviço na assembléia. E que serviço!...
Mas, então, de que ministério se trata, quando na assembléia você não atua nem como presidente, nem como acólito, leitor, salmista, nem músico e instrumentista etc.? Já respondo: Trata-se do ministério de “somar com”. Sim, o ministério de “somar com os irmãos e irmãs”. “Fazer corpo” com os irmãos e irmãs: Corpo eclesial de Cristo. Pela sua presença na assembléia litúrgica, a comunidade fica mais rica, o Corpo eclesial de Cristo aparece mais pleno: Você contribui para a riqueza espiritual de sua comunidade. Portanto, você também é ministro(a). Não é lindo isso?!
     Como você vê, a sua simples presença e participação ativa na Liturgia é muito importante. Mesmo sem um ministério específico, você é super importante: Você é também ministro(a). Marcando presença, rezando, cantando, aclamando junto com os irmãos e irmãs, você presta um imenso serviço à comunidade. Sua presença na assembléia é um dos mais belos ministérios litúrgicos na comunidade cristã.
    Por outro lado, se você se ausenta (a menos que esteja impedido/a por algum motivo justo), quando você não vai à igreja, não se une aos irmãos e irmãs para ouvir a Palavra, louvar, agradecer, pedir, interceder e participar do Sacramento, é claro que então a comunidade fica mais pobre. Com um membro a menos (você!), ela fica como que mutilada. Sua ausência mutila o corpo eclesial de Cristo. Você presta um tremendo desserviço comunitário. Sua ausência, repito, significa uma mutilação do corpo eclesial de Cristo...
    Descobri tudo isso num documento antigo da Igreja do oriente, que remonta ao século III, na Didascália dos Apóstolos II, 59,1. Neste documento se pede que o bispo exorte os fiéis a freqüentar a assembléia e nunca se ausentar dela. Pois se alguém se ausenta, a comunidade eclesial fica empobrecida; o corpo eclesial de Cristo com um membro a menos fica mutilado.
    Viu? O quanto é importante marcar presença ativa na assembléia litúrgica de sua comunidade eclesial!... E que responsabilidade! Honre, portanto, o ministério que o batismo lhe outorgou, o ministério de “somar com os irmãos e irmãs” na celebração da divina Liturgia.
    E os(as) doentes em suas casas ou nas casas de saúde, impossibilitados(as) de se fazerem presentes na assembléia litúrgica? Podem exercer também um ministério litúrgico?
Sim! Unindo suas dores, angústias e sua vida à cruz e ressurreição do Senhor, como membros que são também do corpo de Cristo, povo sacerdotal, também eles(as) prestam um imenso serviço a toda a humanidade, exercem um ministério: O ministério da solidariedade e comunhão com todas as dores de outros muitíssimos membros do Corpo de Cristo, a Igreja. Por isso que, ao terminar a celebração litúrgica, os ministros e ministras da Comunhão Eucarística levam-lhes o corpo de Cristo. Comungando sacramentalmente do corpo do Senhor, os enfermos celebram sua comunhão com a assembléia litúrgica e com todos os sofredores do mundo.

SILVA, J. A. O ministério dos “anônimos” na assembléia litúrgica.
in. CNBB. Liturgia em Mutirão II.
Disponível em http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/?tac=106


Bibliografia de Apoio:

Ministérios Litúrgicos Leigos nas Comunidades. Cadernos de Liturgia 5. São Paulo: Paulus, 1999.